Entendendo autoestima
Para entendermos como a terapia pode nos ajudar a recuperar nossa autoestima, é importante sabermos o que é autoestima: auto vem do grego autós “a si mesmo” e estima do latim aestimare “valorizar, apreciar”. Sendo assim, a autoestima é a valorização, positiva ou negativa, que temos de nós mesmos.
A autoestima é constituída ainda na infância, a partir das relações estabelecidas com os nossos cuidadores – estas relações podem nutrir a autoconfiança e o respeito próprio, ou colocar obstáculos penosos na forma como aprendemos tais atitudes – que podem transmitir valores positivos, ao acreditar na competência e na bondade de sua criança, ou valores negativos, criando um ambiente hostil ao bom desenvolvimento.
O impacto da autoestima em nossas vidas
A maioria das pessoas não percebe o impacto que a autoestima tem em suas vidas. Um baixo nível de autoestima pode se tornar um dos motivos para que tarefas cotidianas consideradas simples não sejam realizadas, influenciando em absolutamente tudo em nossa rotina diária.
Nossa autoestima não está conectada com uma representação exata do que somos, mas sim com aquilo que pensamos que somos. Ela se manifesta através dos pensamentos que temos de nós mesmos e expressa-se através dos nossos comportamentos, influenciando na relação que temos conosco, impactando diretamente nas interações que temos com os outros e com o mundo.
Para BRANDEN (1992), a autoestima abrange a confiança em nossa capacidade de pensar, de enfrentar os desafios básicos da nossa vida e em nosso direito de ser feliz: o sentimento de ser digno, merecedor, de afirmar nossas necessidades e desejos, de aproveitar os frutos de nossos esforços.
Quanto mais elevada for a nossa autoestima, mais estaremos inclinados a tratar os outros com respeito, benevolência, boa vontade e justiça – uma vez que não há mais tendência a perceber os outros como ameaças –, o respeito próprio é a base do respeito para com outros.
Você sabe identificar os sinais de baixa autoestima?
Pessoas que têm baixa autoestima costumam ser muito exigentes consigo mesmas e inseguras, lidando cotidianamente com a negatividade. Tendem a não acreditar em elogios e a se comparar frequentemente com outros, sempre se colocando em um referencial de desvantagem.
Vou listar, aqui para vocês, alguns sinais de baixa autoestima:
Procrastinação;
Medo da rejeição;
Temor pelo futuro;
Tendência a se isolar;
Excesso de competitividade;
Sentimento de incapacidade;
Dificuldade de reconhecer suas conquistas e vitórias;
Tendência a culpar outras pessoas pelos próprios erros.
De onde vem a baixa autoestima?
Na maioria dos casos, o motivo da baixa autoestima advém de crenças limitantes, que podem gerar pensamentos disfuncionais. Segundo o Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva (IPTC), a partir do momento em que um pensamento atrapalha a adaptação de uma pessoa, ele se torna problemático. Quando a pessoa percebe essa dificuldade e, mesmo assim, não consegue mudar sua crença, essa crença se torna limitante.
Essas crenças são opiniões, pensamentos, que aceitamos como verdades absolutas, sem conseguir percebê-los ou modificá-los por nós mesmos. Se você tem pensamentos recorrentes, como: “por que sou assim”, “por que nada dá certo para mim”, “eu sou um peso para as pessoas que eu amo”, “eu não sou digno de ser amada(o)”, dentre outros, é um sinal que essas crenças estão ativas em sua mente.
Como o psicoterapeuta pode me ajudar?
O terapeuta, com a colaboração do paciente, irá identificar conexões entre pensamentos, sentimentos e comportamentos, auxiliando na alteração de padrões negativos. Ao utilizar técnicas para intervir tanto nas crenças limitantes quanto nos pensamentos disfuncionais, trabalha-se a ressignificação dos pensamentos, construindo crenças saudáveis e alinhadas com a realidade.
Em outras palavras o terapeuta proporciona o aprendizado de enfrentamento através das técnicas de
Psicoeducação,
Reestruturação cognitiva,
Ativação comportamental,
Treinamento de assertividade,
Treinamento de solução de problemas e
Treinamento de habilidades sociais.
Pessoas com boa autoestima reagem a desafios e oportunidades de forma mais saudável e lidam com seus problemas de forma mais assertiva. Com a terapia, é possível desenvolver ou aprimorar habilidades de enfrentamento, tendo em mente que sempre é possível ressignificar eventos que repercutem em nossa autoestima.
Ela evidencia saídas e respostas alternativas aos padrões habituais, orientando-nos para ideias mais gratificantes.
Como posso começar a fortalecer a minha autoestima?
Sem comparações: cada pessoa é um ser único, complexo, com suas interpretações e experiências singulares. Apesar de vivermos em um mundo repleto de competitividade, o importante é você superar hoje o você ontem, não parta do referencial de outros;
Comemore suas vitórias: comemore cada passo que você conseguir dar na direção do seu objetivo;
Não deixe a culpa te corroer: todos somos passíveis de erros e o perfeito não existe. Sempre podemos mudar e melhorar;
Confie mais em você: a motivação para conquistar seus objetivos deve vir de você, movimente-se na direção dos seus objetivos, e lembre-se: um passo de cada vez!
Escolhas inteligentes e a autoestima
Quanto mais elevada for a nossa autoestima, mais ambiciosos tendemos a ser, mais dispostos estamos para formar relacionamentos nutritivos, não tóxicos, mais bem preparados estamos para lidar com adversidades em nossas carreiras ou em nossa vida pessoal, mais rápido nos levantamos após uma queda, mais energia temos para recomeçar.
Em contrapartida, quanto mais baixa nossa autoestima, menos aspiramos e somos menos propensos a alcançar nossos objetivos.
Como a autoestima saudável se manifesta?
Existem algumas maneiras bastante simples e diretas de a autoestima saudável se manifestar:
Conforto com comportamento assertivo;
Harmonia entre o que se diz e o que se faz;
Capacidade de aproveitar o lado bom da vida;
Confiança na própria mente, não vê a vida como uma derrota;
Conforto em dar e receber elogios, expressões de afeto e apreço;
Jeito de falar e se mover que projete o prazer que se tem em estar vivo;
Capacidade de preservar harmonia e dignidade em condições de estresse;
Facilidade em falar de realizações ou de deficiências, com franqueza e honestidade;
Flexibilidade na resposta a situações e desafios, com espírito motriz inventivo e lúdico;
Uma atitude de abertura e curiosidade sobre novas ideias, novas experiências, novas possibilidades na vida;
Aberto a críticas e confortável para reconhecer erros, porque a autoestima não está interligada a uma imagem de “perfeição”;
As palavras e os movimentos tendem a ser fáceis e espontâneos, uma vez que não se está em guerra consigo mesmo;
Sentimentos de ansiedade ou insegurança, se presentes, serão menos propensos a intimidar ou oprimir, uma vez que há capacidade de aceita-los e administrá-los, de elevar-se acima deles.
Invista na sua saúde mental e física. A psicoterapia pode te ajudar a entender o quanto a autoestima é importante e como restabelecê-la de forma assertiva.
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