
Bruno de Carvalho, neto de Eduardo de Azevedo, autor da “História e Vida do Sporting Clube de Portugal”, nasceu a 8 de fevereiro de 1972 em Lourenço Marques, Moçambique e teve, desde cedo, uma ligação intensa ao clube. Tornou-se sócio em 1986 e participou ativamente nas claques Juventude Leonina e Torcida Verde. Ainda em criança, surpreendeu a família ao declarar que o seu sonho não era ser jogador de futebol, mas sim presidente do Sporting Clube de Portugal.
Formado em Gestão pelo Instituto Superior de Gestão e com um mestrado em Gestão do Desporto, Bruno de Carvalho, que recentemente voltou a entrar num reality show, construiu uma carreira como empresário na construção civil. Além disso, praticou várias modalidades desportivas e obteve certificações como treinador de futebol. O seu envolvimento com o Sporting intensificou-se com a fundação do site Centenário Sporting e a criação da Fundação Aragão Pinto, focada na inclusão social através do desporto.
A sua primeira candidatura à presidência do Sporting, em 2011, terminou em polémica, quando chegou a ser anunciado como vencedor antes de os resultados finais darem a vitória a Godinho Lopes. Em 2013, voltou a candidatar-se e venceu as eleições com 53,6% dos votos. Durante o seu primeiro mandato, promoveu uma reestruturação financeira bem-sucedida, expandiu o número de sócios e concretizou o sonho da construção do Pavilhão João Rocha, além de criar a Sporting TV.
Apesar dos sucessos administrativos e desportivos, o seu estilo combativo gerou polémica. Envolveu-se em disputas com rivais, árbitros, empresários e até membros da estrutura sportinguista. A contratação de Jorge Jesus, inicialmente vista como uma aposta forte, não trouxe os títulos esperados. Em 2018, o clube viveu uma das maiores crises da sua história, com a invasão à Academia de Alcochete e pedidos de rescisão de vários jogadores.
A crise culminou na sua destituição na Assembleia Geral, onde 76,13% dos sócios votaram a favor da sua saída. Em 2019, Bruno de Carvalho foi expulso de sócio do clube, decisão confirmada por 69,30% dos votos na Assembleia Geral. Assim, terminou de forma dramática a gestão do presidente que prometia uma nova era para o Sporting, mas acabou afastado após uma sucessão de polémicas e conflitos internos.