Olá eu sou a Marie e estou muito contente por chegar aqui nesta etapa com todos vocês

Ei Olá, eu sou a Marie e estou muito contente por chegar aqui nesta etapa com todos vocês, não contava que as coisas seriam desta maneira mas assim foram, agradeço a todos que estiveram conosco neste trabalho e só espero que levam em conta a cada episódio em vosso coração, não se esqueçam de cada história, de cada momento por nós partilhados de cada episódio por nós passados e principalmente a toda equipa maravilhosa, sei que terei saudades de vocês mas assim é o nosso rumo nós fazemos a diferença e vocês fazem a nossa transformação. – Eu disse isso na minha mensagem para os leitores da nossa série enquanto tentava me concentrar para não derramar lágrimas, só que era tanta coisa e chorei de forma intensa.
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Depois da história vivida na província do Uíge, eu fiquei muito abalada com toda aquela que tivera acontecido com aquela família, choros e tanta pobreza tivera invadido toda aquela família, só que como no fim das contas a alegria vem a tona então nós fazemos o que se tinha para fazer. E a única coisa que eu espero é a recuperação da mesma.
Depois da visita que nós tivera feito sobre aquela casa, a nossa rota ao regresso pareceu desanimada, olhando para todas aquelas crianças não sei o que faria se eu estivesse no lugar daquela mãe.
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Mesmo com toda aquela coisa que aconteceu, nós não paramos e esperamos o mundo, nós fomos a busca, conhecemos outras zonas da ” terra do bago ” e foi muito boa a interação com aquela população.
Depois da visita e da aventura naquela zona, nós tivemos que regressar para a capital do país em busca do vôo para Cabinda, aquelas, foram as viagens mais rápidas que eu já tivera feito.
Posto na capital, não se fez muita coisa além dos vistos, Cloé, aproveitou com aquilo comprar alguns kits de higiene pessoal e profissional para ela.
Depois daquilo, nós estávamos na 1ª classe executiva do vôo e lá íamos em direção a Cabinda.
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Depois de tempos, a aeronave descia da sua área a aterrava sobre o aeroporto.
Desembarcamos da mesma e as viaturas da nossa caminhada já estavam prontas para nós.
Eu já estava acostumada a fazer terreno com as Landcrusers normais, só que posto pra lá fomos surpreendidos com dois Lexus  e novinhos.
Começamos então a fazer análise do clima e posteriormente fomos até ao local de hospedagem.
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Tivemos então um descanso demorado depois daquele percurso que nós tivera feito e depois andamos em marchas sobre a província.
Giramos toda ela, Conhecemos também o município ao lado com o nome de Benises, e posteriormente fomos até ao local de hospedagem.
Pelo, caminho, nós falávamos sobre a derrota da nossa equipa francesa que eu tanto gostaria que levasse a UEFA CHAMPIONS, porém, ficamos pelo caminho. Falamos também do jogo seguinte onde o papa-taças europeu foi e regressou a Espanha sem nada em mão.
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Na manhã seguinte, acordamos cedo para fazer exercícios com a Cloé, fomos nas calmas e então fazíamos a nossa prática a vontade.
No decorrer da tarde, nós andávamos pela cidade em 4 pessoas, Cloé, Jean, Carlos e eu.
Eram por volta das 15 horas quando o inesperado aconteceu…
Tomei o maior susto de toda minha vida quando alguém abraçou o meu pé, eu não consegui andar por causa daquele peso.
Quando vi, era um jovem que abraçou-me enquanto sangrava e chorava para eu proteger ele, o seu corpo estava coberto com gasolina e se alguém botasse aí uma chama, ele morria, vinham pessoas correndo com , e outras com fósforo nas mãos, ele vendo aquilo agarrou ainda mais o meu pé e não sabia como fazer a ele, então, num dado momento ele começou a falar.
— Aiuwé, aiuwé, minha mãe, minha mãe, vão me matar nas pessoas, pro favor me acode, pro favor, me acode. – Ele disse enquanto chorava e sangrava.
Eu não tinha o que dizer e o Carlos tentava tirar ele do meu pé e nada funcionava.
A população então chegou e todos revoltados pediam para ele largar-me só que pegava-me cada vez mais força no meu pé. Eu olhei pra ele e olhei para toda aquela gente, foi quando comecei a implorar.
— Ei, por favor vamos ter calma, não sei o que ele fez para estar neste momento com isso, mas antes, pensem que ele é um irmão de vós, um filho, um sobrinho, nada é mais importante duque a vida, e o que eu sei de vós é que não fazem isso com as pessoas, por favor pensem comigo e vamos fazer outra coisa para esta solução só não vamos deixar ele morrer, por favor, nada é mais sagrado e importante duque a vida, eu peço a vós, não mam esse jovem. – Eu disse enquanto as lágrimas tomavam conta do meu rosto e não tardava nada para as mesmas caírem.
— Ele, ele tem que apagar carro. – Disse um jovem.
— E acham que pagar caro é com a morte? – Só facilitas ele para o descanso pagar caro é em vida, e tu irás sentir-se bem por acarretar a vida de uma pessoa? Ficarás feliz? – Eu questionei e aquilo serviu para todos.
— Não. – Ele respondeu e em seguida baixou a voz e também a sua cara.
— E todos vocês o que acham? – Eu questionei.
— Esse já é gatuno da muito tempo.– Disse outro.
— Eu juro, nunca mais vou roubar, juro mesmo. – Disse o jovem que estava pendurado no meu pé.
As pessoas baixaram a guarda e pediram para o mesmo contar a sua pequena história sem mentiras.
— Você vai ir na cadeia, mas conta ainda tua vida. – Disse uma senhora.
— Moça, muito obrigado pro me proteger, Deus assim também vai te proteger, Eu mó nome é Gaspar, mas me chamam mais de Lary-py eu minha família me mandaram vir viver aqui porque em Malanje fugi da cadeia, viver aí era uma lasca, de manhã tens que ficar com rabo bem frio no chão, na hora de comer você não veja nada porque já tem lá os chefes, além de você nu comer nada ainda te f*d*m no rabo metam lá sabonete, tão dormir na sela cor chão é só uma lasca e quando saíres de lá, cabeça bem grande corpo pequeno, eu já no sabia mais o que seria de mim naquela cela, então eu decidi fugir da cadeia, porque ” Mayar é cre ” eu comecei a far diamba com 9 ano, eu já lutava na rua lá em Malanje, eu sou do Ritondo e estou aqui em Cabinda, eu sempre aprendi que mayar é cre, mas nunca estava nessa situação. Eu juro, já nunca mais vou roubar e afinal ” É muito melhor mayar ” duque matar, roubar e alejar. – Eu tenho bwede coisa pra contar, mas até aqui podem mbora já me matar, já aprendi a minha vida. – Ele disse enquanto chorava.
— Então, já mataste pessoas? – Questionou o Carlos.
— Eu não vou negar, eu já matei pessoa na luta e também já me mandaram matar. – Ele disse.
— Ei, pessoal, eu sou a Marie, sou francesa e estou cá em Angola pela segunda vez, eu fico surpresa com cada história que encontro nesse terreno, eu estou cá para levar a matéria de todas essas vivências com o objetivo de levar a reflexão a cada um daquelas pessoas que estão nestas e noutras condições e Lary-py o que aconselho a você é que sejas um narrador. – Eu disse para ele e para todos.
— Narrador é que ? – Ele questionou.
— Narrador é uma pessoa que conta. – Eu respondi.
— Agora já entendi, para eu começar a contar minha história né? Um dia vou fazer isso. – Ele respondeu.
Foi então que eu pedi para ligarem a polícia, ligaram para eles e posteriormente chegaram. Posto lá ele não agiu com muita brutalidade e foi sozinho até ao carro dos 113, os policiais notavam algo estranho porque quando ele subiu agradeceu a mim, e a todo povo dizendo:
— Marie, eu vou ser narrador, juro, mó povo muito obrigado pro me ouvir mas levam sempre nas vossas mentes que ” Mayar é ” não é só no mal mas também no bem. – Disse ele e em seguida a população bateu palmas a ele.
Assim foi a nossa rota em Angola, giramos por toda parte e vivemos diferentes aventuras, olhamos um para o outro e começamos a chorar porque nós nos fizemos família, só que o que era bom é que estávamos no mesmo território, e então fiz o convite para a Cloé viver comigo em Franca e ela aceitou na hora.
Obrigado por lerem a cada episódio da nossa série que foi de ” Cabinda ao Cunene ” obrigado pela estadia, obrigado e muito obrigado. Nós somos nós e fazemos de nós um só, esperamos que tenham aprendido e refletido bastante com a nossa série.
— A nossa dedicação não foi um esforço, foi um investimento, nós somos nós e somos ” MERAS PALAVRAS.FRASES. – Nós dissemos enquanto abraçávamo-nos em forma de um pente.


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