 
        Afinal, os dois espanhóis identificados pela Guarda Nacional Republicana (GNR) como potenciais suspeitos da morte de um militar da Guarda na noite de segunda-feira, no rio Guadiana, nunca foram detidos.
“Foram apenas constituídos arguidos, com termo de identidade e residência”, esclareceu fonte oficial da Polícia Judiciária (PJ), esta quarta-feira, ao Notícias ao Minuto.
De acordo com a mesma fonte, a GNR “identificou os potenciais suspeitos” de um crime de homicídio qualificado e três na forma tentada ainda no dia de ontem e acabou por os entregar à PJ, uma vez que são crimes da competência desta autoridade.
Após serem inquiridos não houve efetividade da detenção. Os suspeitos saíram em liberdade, tal como entraram, durante a madrugada de hoje, por não haver indícios suficientes da sua intervenção na morte do militar da GNR.
Adiantou a PJ que ambos os suspeitos “já estavam indiciados por crimes relacionados com posse de pequenas quantidades de droga”. Porém, os inspetores não confirmam se a dupla tinha droga ou dinheiro consigo no momento da detenção.
Para já, não foi possível apurar a idade dos suspeitos, nem se residem em Portugal ou Espanha. A investigação ao caso continua e está montada uma verdadeira caça ao homem para encontrar os responsáveis pelo acidente que provocou a morte do Cabo Pedro Manata e Silva, de 50 anos.
Um dos suspeitos transportava 50 mil euros
Já o Jornal de Notícias garante na sua edição em papel de hoje que um dos suspeitos transportava mais 50 mil euros em dinheiro quando foi apanhado pela GNR, ainda durante a tarde de terça-feira, a tentar fugir de forma apeada.
O homem terá tentado desfazer-se de um saco com mais de 50 mil euros, entretanto recuperado pelos militares, quando se apercebeu que tinha sido avistado por uma patrulha da Guarda.
Já o outro suspeito, conta o mesmo diário, “foi encontrado no interior de um carro, de matrícula espanhola, e estaria a aguardar pelo primeiro para que ambos seguissem para Espanha”.
As autoridades tentam agora chegar aos outros dois suspeitos do crime.
País chora morte de militar
Recorde-se que, na noite de segunda-feira, uma ação de patrulhamento da GNR no rio Guadiana, no Algarve, terminou em tragédia depois de uma embarcação da Guarda ter sido abalroada por uma lancha rápida, presumivelmente relacionada com tráfico de droga.
O Cabo Pedro Manata e Silva, de 50 anos, acabou por morrer, enquanto três outros militares ficaram feridos, sem gravidade.
A lancha de alta velocidade dos suspeitos foi encontrada a arder, estando ainda em curso diligências para apurar as circunstâncias em que ocorreu o incêndio e a fim de recolher prova material.
Ao todo serão quatro os suspeitos que estariam dentro da embarcação. Dois foram então identificados e constituídos arguidos. Os restantes dois continuam em fuga.
Nas redes sociais foram muitos os que manifestaram tristeza pela morte prematura de Pedro Manata e Silva e recordaram o seu “riso fácil” e “lealdade”.
Também o Presidente da República, o primeiro-ministro, o Ministério da Administração Interna, entre outras personalidades políticas e não só já lamentaram o sucedido.
 
         
         
         
        