
Avelino Teixeira foi espancado a 22 de Novembro de 2023 enquanto fazia segurança à casa de Villas-Boas, antes de este ser candidato à presidência. Quatro jovens acusados de 19 crimes.
Arrancou esta quinta-feira, 20 de Fevereiro, o julgamento às agressões sofridas pelo zelador de André Villas-Boas em Novembro de 2023. Avelino Teixeira estava a fazer protecção à casa do agora presidente do FC Porto, num momento em que o dirigente se preparava para lançar a candidatura à presidência portista. Durante a madrugada, foi retirado do carro à força e espancado por um grupo, com os autores das agressões a roubarem a viatura e documentos do zelador nocturno. Da violência, o antigo motorista pouco ou nada recorda.
“Não me lembro, só de acordar no hospital. Vi a minha mulher ao lado da cama e perguntei-lhe o que estava ali a fazer”, resumiu, quando questionado pelo juiz sobre os acontecimentos da noite.
Atrás de Avelino, quatro jovens ouvem atentamente as declarações do homem de 65 anos. São acusados de serem os autores das agressões ao então colaborador de André Villas-Boas, chegando acusados de 19 crimes, entre furto qualificado, dano simples e roubo. De acordo com a investigação, não há indícios que apontem motivações futebolísticas para este ataque. Ao que tudo indica, os quatro arguidos estiveram envolvidos numa onda de assaltos a viaturas estacionadas no Porto e tornaram Avelino numa outra vítima da noite. Mas, ainda antes do ataque, a noite já tinha sido de sobressalto em casa de Villas-Boas.
“Era uma noite normal, mas lá para a uma da manhã estouraram três ou quatro petardos. Faziam muito barulho, era um cheiro a pólvora inacreditável”, relembra. Depois deste incidente, pediu que André Villas-Boas estacionasse o carro dentro do portão para prevenir actos de vandalismo, trocando de lugar com o Opel Corsa de Avelino – que tinha pedido para estacionar dentro da casa. “Fiz uma ronda para ver se estava tudo bem e depois abri o carro e deixei-me ficar lá dentro. Estava a ouvir rádio baixinho.”
O presidente portista enfrentou vários actos de vandalismo à residência, de insultos pintados nos portões até à deflagração de engenhos pirotécnicos durante a madrugada. André Villas-Boas chegou mesmo a ser acompanhado pelo corpo de segurança pessoal da PSP, devido ao risco de segurança que este enfrentava após a violência na Assembleia-Geral do FC Porto e do arranque da Operação Pretoriano.